Meu camaleão
é um vegetal
Que aprendeu
a se movimentar
Nas matas
Desprendeu-se
das árvores
E das
estrelas
Hoje apenas
mora nas árvores
E a comer
as estrelas
Com seus
olhos de telescópio
De mil
lentes
Sua raiz
deixou as profundezas
Da terra
E aprendeu
a escalar os céus
E a mora
entre meus dicionários
O arco-íris
ensinou-lhe
A se
esconder das nuvens
Escuras
E das
maldades dos homens
E não gosta
dos meus poemas
Apaixonados
Mas nunca
deixou de ser clorofila
E conversar
com as orquídeas
Para elas
conta seus íntimos
E desfolha
seus labirintos
E a síntese
de sua linguagem
Silenciosa
Os colibris
tentaram ensinar-lhe
A voar
E a comer
mel das flores
Mas a essência
vegetal
Ainda esta
entranhada
Em suas vísceras
E preferem
comer as pétalas
Do sol
E beber as
chuvas
Das tempestades
que respinga
Nas vidraças
E gosta
quando recito para ele
Algum poema
barroco
E a se
pintar com minhas tintas
Guache
E sombrear
seu olhar
Com nanquim
Luiz Alfredo - poeta
Camaleando
ResponderExcluirSe você olha no meio da floresta
Mas nada vê, enxerga ou atesta
Será o camaleão possivelmente
Camuflado, do galho indiferente.
O bicho escondido é fenomenal
Há quem confunda com vegetal
Mas é tão somente um disfarce
Que lhe impede qualquer realce.
Ele se alimenta de muitas cores
Que o tornam parte do ambiente
Que lhe impedem de sentir dores.
O camaleão um bicho inteligente
Não será encontrado onde fores
Pois oculto faz parecer ausente.
Poeta
ResponderExcluirpassando para matar saudades das tuas palavras e deixar um beijinho com carinho.
Sonhadora
bju poeta linda semana
ResponderExcluir