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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Lembranças Líricas






Bilac das janelas falando com as estrelas
Castro Alves ouve as o sangrento oceano
Gregório ri e debocha do império insano
Andando na corte e fazendo versos pra elas

Álvares de Azevedo tal amor é engano
Insone sonha com a irmã e com as donzelas
Apaixonado embriagado bardo profano
Musas imaginárias pálidas singelas

Casimiro de Abreu curumim leviano
Junqueira Freire amando ávido pensa nelas
Sou andarilho levando este meu alude cigano

Antigas cantigas andanças e quirelas
Aguardentes absinto conhaque e cinzano
Perambulando breus asfaltos paralelas

                   Luiz Alfredo - poeta





quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

...


Um soneto sem rima
Sem métrica irregular
Concreto ainda por cima
Metafísico a pensar

Unicórnio sem crina
Hipocampo a cavalgar
Lusitano sua sina
Além do rio e verde mar

Declamado por cima
Latinizado bardo ioruba
Antiga torre em ruína

Português a declinar
Trazendo de lá pra cá
Comungando um tacacá

                       Luiz Alfredo - poeta






domingo, 23 de setembro de 2018

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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

....

eu bebo na cuia tupi
algumas palavras
engulo um larva
e vomito uma borboleta
o céu azul
as nuvens brancas
e um soneto de Espanca
e o bramido e a maresia
de verde mar de Alencar
as velas do Mucuripe acendem o sol
alçam seu lençol
e vão pescar
depois voltam cherios
de sonhos

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

sonetos ao acordar


Nem bem amanhecia o dia
A cotovia assobia ainda na maresia
Os filamentos em passamentos
Meu coração dormia

Meu poema debaixo do abajur
Faltavam alguns versos
Eu não sabia o que dizia
Ouvia-se o canto da nambu

Meu olhar abúlico se abria
O luar ambarino desaparecia
Na cômoda um profundo haicu

Eu nem sabia nada do que lia
O céu começava a ficar azul
Entre as frestas da janela eu via


                            Luiz Alfredo - poeta





quarta-feira, 30 de maio de 2018

Livia


Um poema para Lívia  
                                      Im memorian: Lívia
                                    Epitáfio:
                                                   uma flor de infinita beleza
                                                   que durou brevemente

Jaz ali
O canto do bem-te-vi
Parou de cantar
A flor
Deixou as pétalas em devaneios
Atordoadas ao vento
Ao tempo
A primavera atordoada
O colibri não a osculou
Mas continuou bela
Fazendo as lágrimas rolarem
Nas nossas faces pálidas
Mãos trêmulas vacilarem
Nossa mente confusa
Que não entendem muito
De transcendência
Desta bela menina ali de cílios
Cerrados
Para o azul do céu
Coisas que acontecem
E nos desmontam
Como um enigmático
Drama
Um poema sem fim
Uma flor tão pequena
Num imenso jardim
Uma vida tão breve
Mais grandiosa intensa
Enfim
As estrelas te contaram
Historinhas
O luar será teu cobertor
A via láctea de amamentará
Os cometas continuaram riscando
As noites
Caindo no mar
Tua mãe te guardará na lembrança
Eu no meu olhar
Nos pobres versos do meu poemar
No seu ventre
No seu coração de amor
Mas o redentor te ressuscitará
Para que teus olhos possam contemplar
Sua glória
Como a vida pode ser
Apenas um pequeno momento
Um instante
Um batimento
Fugaz
Jaz
Mas que faz
Assaz
Uma cicatriz
E por um triz
Quis que tua vida
Uma flor de Liz
Sei nada balbuciar
Nós deixar abrupta
Mas escreveu um diário
Que nunca será olvidado
Por este pobre bardo
Por teus genitores
Nas orações
Nas dores do coração
De sua avó
Estás nos braços de Deus
E no reino de Jesus
Crianças sem pecado
Passam pelo buraco da agulha
Como uma luz
Entram nos reinos dos céus
Deixando em nos tua eterna
Lembrança
Sem nenhuma palavra
Disse muitas coisas pra mim


                  Luiz Alfredo - poeta










terça-feira, 22 de maio de 2018

Maria Giulia

Como uma orquídea
Que nasce numa floresta
Florida
Em festa
Tem algum néctar
Da Avó Aglassi
Alguma pétala da avó
Magnólia
Nascestes numa noite rosada
Iluminando um dia
De choros de alegria
Sorrisos do que era nostalgia
Virou canção
Eu sou o poeta que tive a honra
De fazer tua primeira poesia
Chegastes a este mundo
Para enchê-lo de paz
E engrandecer a Deus
A Jesus Cristo
Assaz
Traz uma herança divina
Tens a felicidade de ter
Lindo pais como o Júlio
E a Giviani
Avós
felizes estão os manos
Fio e Lutiane
E o bisavô
E sou o teu tio poeta
E que vou escrever-te poemas
Vou orar por ti
E dizer ao bem te vi
Ao colibri
pedi a juriti que cante
a todo aos crepúsculos
as flores
Ao mar
As estrelas
E a ao luar
Que nasceu a linda Giulia
Uma Maria como tantas
Marias
Mas uma única Maria Giulia
Um ser bela linda singela
A engrandecer esta Terra
Azul...

Luiz Alfredo - poeta


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Tempestade


outonais
levadas pelo tempo
pelos ventos
pelas tempestades vendavais
ao acaso de Cristana César
a um Cacaso
poemas ao acaso
como ser um grande poeta
ter que atravessar um Vinicius
de Moraes
assaz um Drummond
jaz um Gullar
ao versos sertanejo
puro espinhos de mandacuru
geometricos realejos
madrilenhos de João Cabral
uma Florbela Alma da Conseição
uma canção de Gonçalves Dias
um Quitana que denuda
deixando nossa audição muda
um Lorca um Neruda
os versos oração de Pe. Vieira
os versos espraiados escrios com cantos
das gaivotas
levados pelas ondas do mar
do poeta Anchieta
não chegaria a uma metonímia
de um Francisco Carvalho
a um soneto de um Sinobilino
e seu lindo soneto cheio do verbo
amar
a esteira de um Bandeira
ao aroma de framboesa
de uma Cecilia Meireles
sou apenas um mísero poeta
sem vintém
sem pátria
sem um crisâtemo na lapela
apenas alguns vocábulos lusos
e um iorubá tupiniquim
mas sei declamar um Vicente
Leite
a um febril
ao doentil Álvares de Azevedo
ao apaixonado bardo Byron
a Noveli
ao irônico sático Gregório de Matos
ao naufrago malárico na beira
do madeira
Vespasiano Ramos
um Ferreira Gullar
os encantos concretos
dos irmãos Campos
aos cordeis que cativa
do menestrel cantador Patativa
a balbuciar um Withman
o atávico telúrico matogrossense
Manoel de Barros
ao poeta da praça do Ferreira
sem eira sem nome sem grana
Mário Gomes
insone que o tempo não consome
inesquecível que os poemas
não somem
comendo lagartas e poetizando
borboletas...
eu sou apenas o poeta de pobres
metáforas
poucos pronomes
que ama o luar
as borboletas metamorfoseadas
as papoulas osculadas pelas abelhas
pelos beija-flores
as flores multicores
ama a autoconsciência que dialetiza
esta existência
os poemas declamados violados
realejados de Dylan
Traduzione Italiana The World Of John Hammond 10 Settembre 1975 WTTW - TV Studios Chicago
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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Amanheço com o canto do rouxinol
Escutando um encanto do Bado & Binho
Na minha vitrola de outrora bem baixinho
Nesta linda aurora em Fortaleza de sol

Pulso quebrado diabético dois AVC
Mas sou um poeta e ente eloqüente e coroa


Arisco um gole de camomila um mel uma broa
Curto uma tira faço dois  versos pra você

Rabisco com lápis de cera riscos à-toa
Vou levando esta extraordinária existência
Este amanhecer num poema numa boa

Remédios à mesa ungüentos frasco de essência
Um bem-te-vi bem ali na papoula ressoa
Outro tece seu ninho com galho e paciência


                          Luiz Alfredo - poeta