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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

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eu bebo na cuia tupi
algumas palavras
engulo um larva
e vomito uma borboleta
o céu azul
as nuvens brancas
e um soneto de Espanca
e o bramido e a maresia
de verde mar de Alencar
as velas do Mucuripe acendem o sol
alçam seu lençol
e vão pescar
depois voltam cherios
de sonhos

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

sonetos ao acordar


Nem bem amanhecia o dia
A cotovia assobia ainda na maresia
Os filamentos em passamentos
Meu coração dormia

Meu poema debaixo do abajur
Faltavam alguns versos
Eu não sabia o que dizia
Ouvia-se o canto da nambu

Meu olhar abúlico se abria
O luar ambarino desaparecia
Na cômoda um profundo haicu

Eu nem sabia nada do que lia
O céu começava a ficar azul
Entre as frestas da janela eu via


                            Luiz Alfredo - poeta