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quinta-feira, 6 de março de 2014

Interruptores submersos





Porto Velho
um cais
A lenda de
um velho
Agora um
caos
Uma
ferrovia extinta
Cachoeiras
eletrocutadas
Um rio
afogado em lágrimas
Mas o poeta
escreve seus versos
Num zoom de
uma fotografia
Captura tua
agonia

Mas o
filósofo que polia lentes
Tem razão
A natureza
é causa de si
E é
compreendida como existente
Na sua
profunda geometria
Conserta a
equação errada
Dos homens

Levou
tantas almas
Para
construir uma estrada
De ferro
A conquista
do oeste
Atingiu a
hileia ocidental
Depois que
nos acostumamos
Com ela
Teve um fim
fatal

Agora numa
pororoca
violentas
O rio
devora suas margens
Arrebenta
Suas
malocas ocas locas
Chora por
suas pedras negras
Explodidas
Afoga os
exoesqueletos
No plaino
abandonada
Da Madeira
– Mamoré
Dipétala o
Cai n’ água
Em profunda
dor

Linda Porto
Velho
Navego em
tuas ruas liquefeitas
Igara
igarapés aguapés
Sem os
balés do boto rosa
Sem os
cantos das tuas iaras


                     Luiz Alfredo - poeta










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