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segunda-feira, 5 de junho de 2017

noturno

Meus olhos taciturnos
Mesmo assim acedem algumas
Estrelas
Acendem caldas de alguns cometas
Vagas-lumes
Neste caminho tenebroso
Noturno
Com meu fósforo acendo
Um poema do velho poeta de Russas
E assim a noite me leva
A nenhum lugar algum
A vida dilacera minhas artérias
Mas meu coração bebe os orvalhos
Das flores sem nomes
Cai uma tênue garoa
E eu recito um Byron
Uma ruma e insetos fazem
A orquestra
Meus olhos que nunca foram
Meus
Foram dos cogumelos encantados
Das flores proibidas
Agora são lentes implantadas
Mas estão cheios de lembranças
Paixões
Absintos
Doces pontiagudos
Mas agora enxergam a escuridão
Meu coração palpita
E grita para os corvos
Que sou um espantalho
Mas trabalho cada grão
Do poema
E com minha foice
Corto as dificuldades da vida
E planto crisântemos e margaridas
Para agradecer a terra
Agora vou esperar o sol
E o bem-te-vi
Depois vou dormir na minha
Poltrona com os percevejos