Quando em teu jardim
Despetalei num zoom da minha máquina
De fotografia
As asas do colibri
Deixei a margarida semimorta
Dolorida pendida descolorida
Numa cabala desesperada
Pétalas jazem mortas pelo chão
A garganta tremula e rouca
Na febre de uma paixão
Vi que não tinha nenhuma chance
Com você
Ainda escrevi e rasguei o poema
Que escrevi naquela velha máquina
De datilografia
Desde então em versos alexandrinos
Irregulares
Passei a vagar por lugares inóspitos
Bares lagamares lupanares
Noites de luares
Escrevendo versos de puro abandono
Soluçando desatinos
Sem destinos
Alma sem bússola e direção
Luiz Alfredo - poeta
O peso da vida
ResponderExcluirVaga o vate por inóspitos lugares
Escrevendo versos de abandono
De tresloucado se dá então ares
À terra do nunca onde não há sono.
Passa sem deixar pegadas no chão
Está na busca insana do ignoto
Vai para onde seus onirismos vão
Como barco perdido sem piloto.
Carrega uma alma assaz dolorida
Num corpo já então desgastado
Lhe oprime o peso da própria vida,
Porém sabe que este será seu fado
Levar para sempre sua alma ferida
Ainda que caminhe para todo lado.