Seguidores

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Agora sou do bando delas

Ando por este mar verde
Como os olhos de Rosinha
Tenho o meu luar do Sertão
Minha casinha minha cacimba
Meu pilão
Minha rosinha
Meu violão
Mas ando por estes mares
Do Ceará
Tenho a impressão que escuto
Nereidas
Poemas dos náufragos
Destroços das naus
Entro no céu de estrelas dos mares
Luares antigos
Maresia
Ondas bravias morrem sombrias
Nas frias úmidas areias da praia
Como pele de porcelana
Branca como a pele dela
Escuto antigas canções das ondas
Na concha no meu ouvido
Na palma da minha mão
Escuto bandos de gaivotas
Gritos que me enchem o coração
Com o tempo fui me acostumando
Com elas
Ando na orla sombreado dos parágrafos
Poéticos de Alencar
Coqueiros de palmas doces
E estas gaivotas em gritos
Quase alaridos
Acho que me tornei uma delas
Acho que me aproximei mais do conceito
De Liberdade
E comecei a pintar a vida

Com as cores do arco-íris