Era um
poeta milenar
Morreu
Mas ficava
do seu túmulo
Recitando versos
Para as
almas penadas desta terra
De meu deus
No seu espólio
continuam
Encontrando
papeis rabiscados
São versos
embriagados
De lirismo
Talvez escritos
ao acaso
Agora vira
caso
De uma
dissertação
Uma carta
de amor
Foi uma
revelação
Reviraram letra
por letra
Com se
abrissem um coração
Procuram à
musa
Seu nome
Seu perfil
desenhado
Numa garatuja
É poeta em
vida
Nem ligavam
para ti
Teus versos
se estragavam
No asfalto
molhado da urbanidade
Eras apenas
mais um transeunte
Um violão
que bocejava acorde
Deformado
Abafado
Pelo trânsito
engarrafado
Um bardo
enluarado de absinto
Um cachimbo
vaporoso
Pinceis manchados
de auroras
Um estojo
amassado de lápis
De cores
Pouco dinheiro
no bolso
E um mapa
da América do Sul
Rabiscado
Uma bússola
atordoada
Mas os
versos corriam nas veias
Que sangravam
Pelos caminhos
desta galáxia
Caiam por aí
E iam
formando constelações
E mesmo
depois de morto
As estrelas
não param de nascer
Luiz Alfredo - poeta
Bom dia, Luiz. Acho que os maiores artistas - poetas, pintores, escritores - são sempre reconhecidos após a sua morte.
ResponderExcluirMuito verdadeiro.
Tenha um bom dia!
Post mortem
ResponderExcluirEntão era um poeta transcendente
Dos que morrem e continuam vivendo
Rabiscava seus poemas belamente
Mesmo que ninguém estivesse lendo.
Revelando-se ao mundo seu escrito
Descobriu-se daí seu grande talento
Ficou portanto, o não dito pelo dito
Esquecendo que criou para o vento.
Pois era um poeta que criava estrelas
Mesmo quando não pudesse vê-las
Porque tinha cabeça cheia de lirismo.
E seus versos repletos de pigmento
Coloriam astros do nosso firmamento
Com palavras destituídas de cinismo.
linnnndo... bjuuuu
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