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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Leopasrdo de passos Abstrato

Um leopardo passeia maciamente
Com suas patas pontiagudas amoladas
Velozes
Entre folhas mortas
E galhos retorcidos
Não faz nennhum ruído o leopardo
No poema do Francisco Carvalho


É um verso silencioso
Vaporoso numa noite nublada
De luar estupendo
O leopardo faz seus caminhos
Na floresta
Que é um poema cheio de metonímias
Orquídeas selvagens
E árvores antigas milenares

O leopardo fareja seus liquens
Seus cogumelos que guardam
Em suas sobrinhas
Os sonhos as alucinações as fábulas
Principalmente os passos do bicho
Homem
Este pode ser perigoso
Para as matas
Para os frutos
Néctares
seivas
orvalhos
Mitocôndrias
Bactérias
E as lendas

Este bicho captura quelônios
Borboletas
Peixinhos coloridos
Uiaras e seus cantos pântanos
Encantos
Coloca o leopardo em extinção
É o bicho homo
Olhos eletrônicos
Zoom de laser
Pupilas ultravioletas
Lentes precisas

Mas o poeta de Russas
Das Éguas
Leva o leopardo para passear
Nos seus versos

E que versos faz este bardo!

domingo, 11 de outubro de 2015

Doce Vida

Os doces na confeitaria
Contradizem o amargo da vida
Que passam no projétil ardente
Que ferem a bela tarde quente
Atingindo de sangue
As letras negras do tablóide

Os doces nas vitrines de cristais
Enche de saliva a boca
Do mendigo abandonado maldigo
Sem ais
Sem esperanças
Sem metais

O vidro cristalino adocicado
Recheado de frutas encarnadas
Confeitos encantados
Separa as classes sociais