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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Tudo Mudo



                                                        Te hamei
                                     Está certo
                                     Tudo foi um haga
                                     Aquele soneto apaixonado
                                     Aquele bocado de rosas
                                     Aquele vinil
                                     Foi só de H

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Dioneia


O arco-íris que ganhei
Dos olhos dela
Eu os perdi quando a beijei
E ela fechou as pálpebras
E entrelaçou os cílios
Como uma Dioneia

Tudo que passei a ver
Foi um labirinto de cores
Impronunciáveis
Um caleidoscópio despedaçado
Quando fechei os meus
Ainda bem que o recuperei
Quando os abri
Ele estava numa lágrima pendida

Numa gota de orvalhos na pétala
De uma rosa
Na fluorescência de um cogumelo
Que brotou no mugido da vaca
Num verso de Apollinaire


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Hermética gota


Na pétala de uma flor desliza
Uma gota de orvalho cristalina
Uma nota musical
Repleta de um quântico arco-íris
A rosa também chora
E na sua tez desliza uma gota
De lágrima

A dialética é uma ciência
Que não foi toda desvendada
Por isso acho estupendo uma gota
De orvalho escorrendo
Numa flor num galho
Um corvo olha de soslaio
E aquele raio ultra-romântico
Do ambarino luar
A gotícula prismática tem seu último
Ato
No palco da vida

Mas não pense que a gota morre
Não
Ela se divide em múltiplas gotinhas
E cada uma tem seu raio de luz
E sua história
Desfazem no ar
Ou caem no chão
E vão encharcar raízes profundas
De árvores repletas de parábolas
E ninhos
Onde sob sua sombra
Vem descansar o leopardo
De olhar metafísico
Aquele que decifra os enigmas
Do necessariamente humano


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Vela em Chamas




Este vento quente que sopra
Meu semblante
Faz singrar a vela e
Seu almirante
Que cheio de esperança
Destrança a trança de cabos
E alça vôo
Recolhendo ancoras e deixando
Alguns pretéritos
Algum amor no cais
Entreabre um espumante
Numa concha ou
Numa taça de cristal derramam
Gotas de cristais

A nave jaz
Seguindo o roteiro como um albatroz
Veloz vai
Assaz
Como uma gaivota que se desligou
Do bando
E debandou
Agora não come somente sardinhas
Mas pedaços de estrelas
E tanto azul do céu