Na pétala
de uma flor desliza
Uma gota de
orvalho cristalina
Uma nota
musical
Repleta de
um quântico arco-íris
A rosa
também chora
E na sua
tez desliza uma gota
De lágrima
A dialética
é uma ciência
Que não foi
toda desvendada
Por isso acho
estupendo uma gota
De orvalho
escorrendo
Numa flor
num galho
Um corvo
olha de soslaio
E aquele
raio ultra-romântico
Do ambarino
luar
A gotícula
prismática tem seu último
Ato
No palco da
vida
Mas não
pense que a gota morre
Não
Ela se
divide em múltiplas gotinhas
E cada uma
tem seu raio de luz
E sua
história
Desfazem no
ar
Ou caem no
chão
E vão
encharcar raízes profundas
De árvores
repletas de parábolas
E ninhos
Onde sob
sua sombra
Vem
descansar o leopardo
De olhar
metafísico
Aquele que decifra
os enigmas
Do
necessariamente humano