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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Um Panteísta passeia pela eternidade


Descalço alço voos nesta praia
Deserta
Aqui estou eu e somente eu
E estas gaivotas
Estes moluscos bivalves
Estrelas-do–mar balouçando
Nestas ondas azuis

Abro as asas
Não posso voar
Não sou nenhum albatroz
Sou apenas metafísica
Um Estagira numa casca de noz
Ajuntando conchinhas sem episteme
Alguma
Sem nenhuma taxonomia

Eu vou me desfazendo nesta
Maresia
Nesta procela
Escutando os cantos das nereidas
Das naus naufragadas
Dos marujos apaixonados tatuados
Afogados
Divago nos dorsos dos hipocampos
Passeio nos campos de algas
Eu sei que esta natureza
Este oceano
Esta consciência de si
Está me absorvendo para si

E que um dia
Serei como um grão de areia
Vagando por esta eternidade
E estarei no ventre
E na consciência de si

Serei a solidão destas praias
As palmeiras floridas de sabiás
Serei a canoa e o arpão
Do pescador
Esperando a aurora para ir pescar



domingo, 18 de janeiro de 2015

Liga não Mano


Liga não mano
Eu nem sou mais daí
Até o meu açaí tomo
Com granola
Sem farinha d água
Com complexas vitaminas

Sem mágoas
Eu não sou mais quase
Nada
Meu grafite desapontado e violão
Desafiando
É quem insistem em dizer
Versos
Que não sou mais eu

Eu me perdi nas galáxias
Não sei mais discernir
Fronteiras
E misturo meu dialeto
Com um latim decadente
E não conjugo o verbo amar
Como antigamente


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Amanita muscaria, o cogumelo alucinógeno

Na minha mente infantil
No céu de jujubas coloridas
Pintado no muro do jardim de infância
Nos pastos encantados
No livro da Alice
No céu de marmelada do John
No fuminho de Dom Juan
Comi muitos cogumelos de poder
Psilocibes
Estrofarias
E outros que arrisquei
Mas um amanita muscaria
Nunca o mastiguei
Porque é de um outro mundo
Mas na sua lenda viajei