Bate uma
saudade louca
De você
Reminiscências
que o tempo
Não apagou
Ficou no álbum
de fotografias
No hálito
do vento
Impregnado no
vão do corredor
As rosas do
jardim
Não esquecem
teu perfume
E ficam
declamando teu soneto
Preferido
As orquídeas
com ciúme
Aquele verso
lido nos ouvidos
Das calêndulas
Que até
hoje fica embalando-os
Ao vento
Ah! Os teus
beijos eu nunca vi
Ficam nas
bocas das papoulas
Nos voos
congelados
Dos colibris
Nas colheitas
das abelhas
Nas odisséias
das borboletas
No aroma
dos zimbros
No balouçar
das nifeias
Nos
coloridos das azaléias
Nos estames
por aí
Até aquele
pássaro azul
E o bem-te-vi
não esquece
De ti
E você ainda
achou de esquecer
Tua cigarreira
Teu terço
ortodoxo
E o livro
do Lorca
Mas o que
ficou mesmo foram
As gravuras
Ranhuras profundas
no meu coração
O murmúrio dos
teus lábios
Que como o
bramido do mar
Não se
acabam nunca