Magnífico o
momento
Do instante
A hora
exata em que o ponteiro
Marca
O perfeito
batimento
A conjugação
do presente
Do indicativo
O eu
conjugado na existência
Meio dia
Meia noite
O cuco sai
do seu tugúrio
Cantando sua
eterna canção
Não é presságio
Nem augúrio
É a hora
exata
Naquele instante
histórico
Sistólico monológico
Sísmico silogístico
lógico
O momento é
Deixando para
trás
Tantos pretéritos
subjugados
As lembranças
Tão nítidas
Mas agora
ausentes
Vão me acumulando
no passado
Relembradas
pelas lentes
Que a olham
com saudades
Um dia ou
uma noite qualquer
Foram momentos
presentes
Mas o que
incomoda
É aquela
pergunta metafísica
Para onde
estou indo?!
Rumamos para
um futuro desconhecido
E eu como
estou perdido
Nas metáforas
dos poemas
Nas parábolas
azuis
Nas múltiplas
citações das dissertações
Acadêmicas
Nos conteúdos
programáticos
Nas programações
dos relógios
Controlados
Termômetros
febris maláricos
Cronômetros
fatais
Nas horas
marcadas
Prefiro me
agarrar nos olhos delas
E contemplar
a via – láctea
Repletas de
estrelas
E acreditar
que elas me dizem
Alguma coisa
E que com
suas luzes
Contam a
história de algum
Tempo
Até onde os
ponteiros
Não são
contorcidos
E distorcidos
Nas fronteiras
da eternidade
A lua cheia
é mui bela
Mas ao
olhar para ela
Lembra-me
calendários
Candelabros
de vaga-lumes acesos
Mares vazios
Marés revoltas
Hora que os
poetas soltam seus lobos
Para declamar
poemas
E uivar nas
colinas
Hora que o
relógio de bolso
Ficou dormindo
na algibeira.
Luiz Alfredo
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