Agora não preciso escrever
Tantos poemas
Eles estão nas rugas do meu rosto
Envelhecido pelo tempo
São estas linhas que vão desenhando
Delineando minha existência
A queda dos meus cabelos
São os meus diálogos com a morte
Minhas pálpebras decaídas
São as folhas da minha existência
Que vão se soltando e voando
Ao vento
São as minhas tempestades
Que vou colecionando com as idades
Na minha vida
Elas descrevem muito bem
Minhas metafísicas
Minhas parábolas
Minhas metáforas
As pétalas roxas abatidas pálidas
Quase exangues
Das minhas violetas
Das minhas margaridas
As lágrimas são difíceis de
encontrar
São como as águas em Marte
Mas o solo arenoso árido pedregoso
É evidente
Deixou suas crateras pelos impactos
Dos meteoros
Fez do meu coração
Um vale deserto desolado cálido
De pura solidão
Os versos angustiados alguns
O que deixei escapar
Aquela estrofe que foi longe demais
Mandei enterrar
E nem fiz a epígrafe que gravarei
Na testa da morte
Nem a epístola de despedida
Da lua.
Luiz Alfredo - poeta
Meu querido poeta
ResponderExcluirO tempo passa deixando as marcas gravadas no nosso corpo, mas as tuas palavras ficarão eternas mesmo depois da morte do corpo.
Um beijinho e bom fim de semana
Sonhadora