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domingo, 14 de julho de 2013

Cuco


Como um cuco
Vivo aprisionado num relógio do tempo
Canto sempre na hora certa
Precisando sempre de corda
Mesmo num cômodo pequeno
Escuro trancado
Sou feliz 
Por que ainda saio e canto

Mas um dia ou qualquer                                                                                        
Noite
Esta parede que segura
Este escuro relógio
Estes ponteiros que marcam
O tempo
Vão ser levados pela eternidade

Ai eu terei que morar
Em outro lugar
Ou em nenhum lugar algum
E não terei hora para cantar
Por que o tempo não consegue
Marcar a eternidade
Nem precisa destes cantos
Programados
Nem alguém que eu acorde
Terei que ter um acorde
Mais revolto solto
Porque cantarei na pauta
Da liberdade.


              Luiz Alfredo - poeta

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