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quinta-feira, 19 de março de 2015

Mama(e)


Eu vi a mulher amamentando
Seu bebê
Como a Via-Láctea alimenta
As constelações
Primavera é a flor das estações
Andorinha é a ave dos verões
Eu vi a criancinha longe
Das guerras
Da fome
Do aborto
Sendo alimentada naquela praça
Onde meninas comem maçã do amor
Pensando no amor
Uma garotinha passeia num velocípede
Um poeta de cordel vende seus versos
A granel
Mas faz uma declamação de uma sextilha
Um desafio tudo no violão
Sem olhar nem um papel
Este nordestino menestrel
Guarda tudo de cor
Todos os versos rimados
Depois passa o chapéu

Um músico ao leu faz sua canção
Numa tuba
Mexe no coração uma saudosa
Nostalgia
Faz Porto Velho parecer New Orleans  
Esse mundo é bonito mesmo
Veja que nesta praça
Tem papoulas vermelhas
Numa pétala passeia uma joaninha
E ao redor uma borboleta azul
Descreve a metamorfose das almas
A mutação do universo
A dialética dos dias
E a mãe criando a humanidade



4 comentários:

  1. Soneto-acróstico
    Mamemos todos!

    Seus bebês somos todos nós, humanos
    Óbvio que Gaia alimenta outros também
    Guarda ela seus muito ilimitados planos
    Aos bichos e plantas que no Planeta tem.

    Imita Gaia pois, Via Láctea que alimenta
    As suas estrelas, constelações, cometas
    Assim como uma mãe seu bebê acalenta.
    Livres no cosmo, muitas luas e planetas.

    Ilustre vate, à Gaia seu mundo compara
    Mostra que entre eventos existe conexão
    E vai muito além, em sua nostalgia clara
    Nos seus versos de louvor e aclamação.

    Talvez a abordagem desse seja mui rara
    Apesar da lucidez de tanta transgressão.

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  2. Que lindo!
    Acho que preciso sentar-me em uma praça e olhar a vida mais demoradamente...

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  3. Ao vate esquecido

    Vamos todos ao blogue do Luiz Alfredo
    Grande qualidade ao talento ali se reúne
    Por certo encontra lá leitores sem medo
    O tal Jair Lopes e a pródiga Ana Bailune.

    Inexplicável que não se prestigie tal aedo
    Sinceros e bem formados os poemas seus
    E que possui alumbramento não é segredo
    Quem não o visita à curiosidade dá adeus.

    A todos que não o conhecem, vê-lo incito
    Blogue que não dá ponto sem fazer um nó
    Tão veemente e veraz que deve virar mito.

    Porém um dia, antes que tudo mais vire pó
    Se deliciem com o vate Luiz Alfredo, repito
    E digo mais, recomendem-no para sua avó.

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  4. Grato poeta e a poeta Ana
    meu blog se torna grande com vocês
    que são grandes poetas
    o céu é que torna grande o voo
    dos pássaros
    meus versos são pobres
    mas é o que tenho na algibeira
    e na ponta da lapiseira
    não sou apenas um poeta
    mas são muitos os poetas
    que moram dentro de mim
    Luiz Alfredo é apenas um pobre
    poeta
    um aprendiz da arte de poetar
    amo vocês e a Regina

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