Um caracol
passeia na lua
Cheia
Ceia com as
estrela a saborosa
Ceia
Nas bordas
da constelação
Come o que
a Terra Azul
Presenteia-lhe
Toma a água
das chuvas
Das nuvens
ora Eléia
Ora Éfeso
São os
percursos desta vida
Ora tartaruga
de Zenão
Ora centopéia
Ora centauro
alado
Unicórnio cavalgando
na eternidade
Andorinhas desenhando
o verão
Suas asas são
compassos na eternidade
Tentei
ajudar um caracol
Atrapalhei
o seu percurso
Seu destino
Sua relação
com o absoluto
As libélulas
quando me vêem vir
Ao lago do
luar
Pensam com
suas asas de luzes
Lá vem
aquele poeta
Que coloca
seu caniço
E sua
zagaia pra viajar
E fica
conversando com as jias
Sobre filosofia
dos haicais
E quando
vem o luar
Começa declamar
para os vaga-lumes
Incógnitos lumes
a tremeluzir
Acolá
Sabe lá a
noite é um poemar
O caracol
ResponderExcluirCom caracol o poeta nos presenteia
Metaforicamente no cosmo passeia
Comendo o que a Terra azul fornece
Entre estrelas seu caminho ele tece.
A tartaruga de Zenão por aí percorre
Enquanto na Terra, um vate de porre
Com o centauro desvairado compete
Cavalgando loucamente, pinta o sete.
O poeta atrapalhou do caracol o curso
Um bicho quase sem nenhum recurso
Que sequer alcançou o outro patamar.
Ali conversando com as funestas rãs
Vate desconhece o que será amanhã
Sabe somente que é noite de poemar.