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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Rio de Estrelas Borbulhantes



O remo feria lentamente a pele
Do rio
Que corria levando o seu destino
E o meu
Era um imenso silencio naquela
Amplidão
Apenas o ruído do remo levando
As águas
Um pássaro que gorjeava sua canção
Nos galhos do crepúsculo
Que ia embora à boca da noite

As margens acendiam seus lampejos
Algumas lamparinas reluziam
Alguns vaga-lumes piscavam seus lumes
Em correntes alternadas
As estrelas iam aparecendo no céu
E nos espelho das águas do rio
Tremeluzentes
E o luar com seu âmago reluzente
Enchia de saudades eu
E minha canoa

Que ia rasgando a noite
E a imensidão daquela solidão
Meu caniço dormia na proa da canoa
Bebendo a doce neblina
A gélida garoa
Ali eu tinha deixado de ser pescador
De peixes
E passei a pescar no meu interior
Meus pensamentos
E a murmurar canções




Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    Rio

    Ondas leves baloiçavam a canoa
    Rio que borbulha de tais estrelas
    Indiferente a corrente segue a toa
    O vate segue poetando ao vê-las.

    Desse rio portanto tudo se espera
    Ele espelha silenciosa imensidão
    Entre aves e peixes voa quimera
    Solvendo sonho, fazendo canção.

    Talvez o poeta esteja enganado
    Rios não têm constância no leito
    Eles são somente pau mandado.

    Logo isso apenas não tenha jeito
    Assim como pescador e pescado
    Se conjugam no mais que perfeito.

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