Era um pássaro
que não gostava
De voar
No infinito
azul do céu
Ficava absorto
com o telúrico
Vulcões em
lavas
Onda batendo
nos rochedos
Com os
verdes arvoredos
Amava pisar
a terra com seus bípedes
Pés e asas
fechadas
Foi se
tornando um réptil
E com suas
asas começou aprender
A agarrar
Seus olhos
começaram a ver o mundo
Com várias
pupilas
E aprendeu
novamente a nadar
Com as eras
aprendeu a ser mamífero
E suas asas
agora eram mãos
Que polia a
pedra e colhiam frutas
Aprendeu com
os olhos bifocais
A riscar as
paredes das cavernas
Comer cogumelos
alucinógenos
E acender
fogueiras
E conversar
com as estrelas
Contemplar o
arco-íris
A decifrar
as marés
E as fases
do luar
A tocar
flauta
Nesse tempo
não percebeu muito bem
Mas tinha
um cérebro que pensava
E mãos que construíam
e modificavam
A natureza
Aprendeu a
plantar e se proteger do tempo
A desviar
os rios
A pescar
com zagaias e anzóis
A atirar
flechar com arcos precisos
Um dia
começou a ter desejo de voar
E a
construir asas para ganhar os céus
Voltou o
instinto de ser pássaro
E ressuscitar
o extinto Pterodátilo
Que estava
fossilizado dentro de si
O pássaro
que era alucinado por esta Terra
Azul
E recolheu
suas asas para caminhar
E não voar
pelos céus...
Voltou o
desejo de abrir as asas
E voar
De ser pássaro
novamente
Soneto-acróstico
ResponderExcluirVoar
Porque com os pés colados no chão
Ávido pra o mundo de cima enxergar
Sobe na montanha para criar a ilusão
Ser um homem que o céu vai galgar.
Assume que que já fora um avoante
Rasando sobre os campos e colinas
Outrora, numa época muito distante
Que somente vida pregressa ilumina.
Uma vez que já fora um passarinho
Espera estar onde os pássaros estão
Acima das nuvens voando sozinho.
No sonho focado como Ícaro então
Deixa o solo para o ente comezinho
Através da ciência inventa o avião.
Belo poeta o vosso voar poético
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