Sentado
naquela calçada ocidental
Num pedaço
de um vértice do paralelepípedo
Quebrado
Resto da
chuva escorre nos esgotos
Ocidentais
Latas de
lixos concretos derramados
Muros pichados
de grafites enigmáticos
Vou pensando
no problema metafísico
Do tempo
E vou
construindo uma frota de barquinhos
De papéis
E os solto
ao léu
Sob um céu
nublado
Trovuoso
Nas águas que
escorrem no asfalto
Negro
Na esperança
que encontre algum
Continente perdido
Sei que
poucos chegarão
Alguns morreram
encalhados
Outros se
afogarão nesta velha
Pós-modernidade
Mas eu entro em um desses barquinhos e venho parar aqui na sua praia para desejar-lhe um Feliz natal e um 2015 de luz e mares calmos.
ResponderExcluirAcróstico
ResponderExcluirO Barco
Bravo, enfrentando feia enxurrada
Avança o barquinho tímido, enfim
Recebe de todo lado, certa porrada
Querendo impor-se mesmo assim.
Um barquinho de papel, contudo
Investe corajoso só por teimosia
Nada lhe vale ser frágil e miúdo
Havendo por acaso tanta porfia.
Onde a correnteza o leva ele vai
Depois sua vida então se acaba
Ele com toda certeza não é estai
Porque da vida conhece só a aba.
Assim o barquinho é apenas isso
Papel dobrado de uma certa forma
Ele cumpre pois seu compromisso
Limitado pelo traçado da norma.