O remo
feria lentamente a pele
Do rio
Que corria
levando o seu destino
E o meu
Era um
imenso silencio naquela
Amplidão
Apenas o ruído
do remo levando
As águas
Um pássaro
que gorjeava sua canção
Nos galhos
do crepúsculo
Que ia
embora à boca da noite
As margens
acendiam seus lampejos
Algumas lamparinas
reluziam
Alguns vaga-lumes
piscavam seus lumes
Em correntes
alternadas
As estrelas
iam aparecendo no céu
E nos
espelho das águas do rio
Tremeluzentes
E o luar
com seu âmago reluzente
Enchia de
saudades eu
E minha
canoa
Que ia
rasgando a noite
E a imensidão
daquela solidão
Meu caniço
dormia na proa da canoa
Bebendo a
doce neblina
A gélida
garoa
Ali eu
tinha deixado de ser pescador
De peixes
E passei a
pescar no meu interior
Meus pensamentos
E a
murmurar canções
Soneto-acróstico
ResponderExcluirRio
Ondas leves baloiçavam a canoa
Rio que borbulha de tais estrelas
Indiferente a corrente segue a toa
O vate segue poetando ao vê-las.
Desse rio portanto tudo se espera
Ele espelha silenciosa imensidão
Entre aves e peixes voa quimera
Solvendo sonho, fazendo canção.
Talvez o poeta esteja enganado
Rios não têm constância no leito
Eles são somente pau mandado.
Logo isso apenas não tenha jeito
Assim como pescador e pescado
Se conjugam no mais que perfeito.