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domingo, 21 de dezembro de 2014

Barquinho de Papel




Sentado naquela calçada ocidental
Num pedaço de um vértice do paralelepípedo
Quebrado
Resto da chuva escorre nos esgotos
Ocidentais
Latas de lixos concretos derramados
Muros pichados de grafites enigmáticos

Vou pensando no problema metafísico
Do tempo
E vou construindo uma frota de barquinhos
De papéis
E os solto ao léu
Sob um céu nublado
Trovuoso

Nas águas que escorrem no asfalto
Negro
Na esperança que encontre algum
Continente perdido
Sei que poucos chegarão
Alguns morreram encalhados
Outros se afogarão nesta velha
Pós-modernidade



2 comentários:

  1. Mas eu entro em um desses barquinhos e venho parar aqui na sua praia para desejar-lhe um Feliz natal e um 2015 de luz e mares calmos.

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  2. Acróstico
    O Barco

    Bravo, enfrentando feia enxurrada
    Avança o barquinho tímido, enfim
    Recebe de todo lado, certa porrada
    Querendo impor-se mesmo assim.

    Um barquinho de papel, contudo
    Investe corajoso só por teimosia
    Nada lhe vale ser frágil e miúdo
    Havendo por acaso tanta porfia.

    Onde a correnteza o leva ele vai
    Depois sua vida então se acaba
    Ele com toda certeza não é estai
    Porque da vida conhece só a aba.

    Assim o barquinho é apenas isso
    Papel dobrado de uma certa forma
    Ele cumpre pois seu compromisso
    Limitado pelo traçado da norma.

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