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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Terceira Pessoa do Verbo Amar


Naquele dia quando te encontrei
Esqueci o nome do poeta
Do verso que te declamei
Estava confuso quando disse
Que te amava
Nem teu nome sabia
Nem o que era o amor

Quando te dei a caixa de chocolate
De grãos plantados por pobres trabalhadores
Colhidos pelas esquálidas mãos
De crianças exploradas
Nem tinha lido o Capital

Veja que cilada
Tudo por causa dos teus belos
Olhos
Eu penhorei o mar
E as estrelas
Ainda bem que nesta noite
Não apareceu o luar
Nem coloquei os sonetos do Neruda
Nessa jogada



                            Luiz Alfredo - poeta

3 comentários:

  1. Anti-musa

    Amor conforma e inspira em geral
    O vate a ele dedica muita energia
    Entretanto, não tente passar a vau
    Sem ser molhado pela sua magia.

    Se um amor te faz perder as rimas
    Se apesar disso tu nunca desistes
    Enquanto dele mais te aproximas
    Bem mais te sentirás um vate triste.

    Amor ou inspiração não é escolha
    Entre eles deve haver comunhão
    Sob pena de ter que virar a folha.

    Perceba suas expectativas então
    Ninguém poderá viver numa bolha
    Deixe anti-musa em nome da razão

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  2. Profundo, belo e muito envolvente...
    A verdade de um olhar.

    Gostei

    Bjgrande do Lago

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