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sexta-feira, 13 de junho de 2014

El Toro - Malagueña





Fibras de um coração atormentado
Andaluz
Perdidos nas penumbras
Sombras de pálpebras pensativas
Narcotizadas de poesias
Enamoradas

Cordas de um violão violento
Sedento de amor
Declamando seus versos
Aos espantalhos
Aos moinhos
Aos cata-ventos
Ao girassol enluarado
A musa dos relentos desta vida
Esbravejada

E ela nem me liga
Sou apenas um pobre poeta
Perdido nas madrugadas
Tragadas em antigas cantigas
Sedento de amor
Sorvendo o verde absinto
E sinto no calor dos arpejos
O calor dos teus beijos sobejados
Não beijados
Os versos dos antigos poetas
Do Tejo

E nos meus desejos
Por te amar
Declamar este sentimento
Este tormento rubro
Rasgo este flamenco
Nestes filamentos violados
Como um bardo embriagado
Por um fado
Violeiro alucinado
Nestes locos acordes
Como um touro herido
De sangre
Uma poesia em profusa hemorragia
Mi rapariga muy guapa
Bela como a lua despetalada no céu
Como uma rosa rocio orvalhada...
           

                             Luiz Alfredo - poeta


Um comentário:

  1. Dedilhadas, falam aquelas cordas
    De notas harmônicas um atropelo
    E em lúdicas vibrações transborda
    As minúcias acarinhadas com zelo.

    Não importa se Madri ou Granada
    Porque o toque ninguém estranha
    Dessa harmonia tão bem dedilhada
    Que promove o nome da Espanha.
    Ibéria

    A música sensibilizou esse poeta
    Lhe trouxe à flor da pele inspiração
    Porquanto como concreto esteta
    Construiu belíssima composição.

    Mostrou sua vida nem tão secreta
    De admirador do toque de violão

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