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sexta-feira, 2 de maio de 2014

Wayne Shorter - Speak No Evil




Nesta manhã chovo
Recolho-me num galho
Sou um negro corvo
Perplexo olho do espantalho

Voo
Tento recolher pedaços
Da aurora
Sorvo algum orvalho
Alguns fragmentos de luz

Rasgo meus olhos
Com relâmpagos amolados
Nas vidraças
Tento dialogar com os crisântemos
E com as violetas

Mas nestes dias que chovo
Acabo alagando o mundo



                                Luiz Alfredo - poeta





2 comentários:

  1. Chove chuva

    Recolher da aurora alguns pedaços
    E unir com fragmentos de pura luz
    Depois verificar que não há traços
    De vivaz relâmpago que nos seduz.

    Se eu chovo a ninguém interessa
    Minha chuva molha o espantalho
    Chover como chovo é bom à beça
    Depois me recolho ao meu galho.

    Vejo os relâmpagos nessa vidraça
    Mesmerizado com tanta ousadia
    E não qualquer coisa que eu faça
    Pra diminuir esta cruel melancolia.

    Linhas imaginárias a chuva traça
    As quais vou percorrer algum dia.

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