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domingo, 11 de maio de 2014

Muitos Poemas no Coração


Pintei meus olhos com os lápis
De cores da tua aurora
Um Nietzsche rabiscado na cabeceira
Drágeas brancas espalhadas sobre a luz
Calmante do abajur
Minha vitrola calada depois de tantos
Fados
Pedaços de blues
Os grilos se calaram
Mas o tic - tac continuou a trilhar
No caminho do tempo
É um amanhã de um novo dia
Tenho que levantar
Está engrenagem ocidental
Não me deixa sonhar
Olhar para o meu jardim
Ler à crônica do Gullar

Tenho que pagar as contas
O imposto de renda
Tirar o extrato bancário
Saber onde vou votar
O capitalismo oferece tudo
As vitrines
Os fascínios
Os delírios
Belos fatos e lirios
As melhores alucinações
Pela alma e pelo suor
Da gente

É melhor ser feliz com poucos
Botões
Uma tigela de arroz
E muitos poemas no coração
Ter fogo erva e água
Para o chá
É uma grande riqueza


                             Luiz Alfredo - poeta



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