Seguidores

domingo, 18 de maio de 2014

Fagner - Amigos e Canções Ao Vivo - Completo



No amor sempre estamos
Mendigando
Precisando da atenção
Outro
Sua compreensão
Sua atenção

Suas palavras de carinho
Ditas suavemente
Na hora certa
Seu olhar
Seu chá
Sua massagem
Um leite quente com torradas
Com geléia selvagem
De framboesa

Vestida como uma marquesa
Com seu colar de turquesa
Gestos medidos
Movimentos comedidos
Em vestes finas
Que revelam em linhos transparentes
E finos
Lindas mamas exalando via-láctea
Em constelações de doces estrelas
Exalando caramelos

Queremos do outro
A paixão desvairada
Alucinada desmedida
Os beijos as mordidas
Os sussurros esturros de prazer
Queremos beber a louca boca
A paixão no seu umbigo
Seus beijos entorpecidos
De paixão
O profundo prazer
Até a profunda exaustão
Queremos deixar os lençóis
Feridos
Os travesseiros combalidos

E o outro com sua gramática
Sua visão da aurora
Suas lendas
A canção do seu pássaro
Interior
Onde fica sua Pasárgada
Onde guarda o seu diário
Seus verdadeiros versos de amor
Como escreve no mundo
Com seu olhar metafísico
Suas impressões
Suas interrogações ontológicas
Quem é ela além do seu nome
Seu verdadeiro número
Pitagórico
Não da sua identidade

Como ela é quando vai dormir
E tira seus jeans
Sua maquiagem
Onde guarda as suas máscaras
O crepúsculo dos seus batons
Como pronuncia sua oração
Seu gole no leite morno
A ração do seu gatinho
No pires
O beta no aquário
O rápido olhar no seu livro
De cabeceira
Seus sonhos

Ela também é um ser
E comigo é apenas um momento
uns breves momentos
em que apenas dialoga 
num dos seus dialetos
Mas na vida ela está na eternidade...


                                         Luiz Alfredo - poeta



Um comentário:

  1. (E)Alternidades

    Nessas tão complexas intimidades
    Que estamos mergulhados, amigo
    E que envolvem nossas liberdades
    Amor é simplesmente um mendigo.

    Mas além de doar ele quer receber
    Solicita, implora e suplica, portanto
    Ainda assim não supõe que vai ter
    Algo de minimize seu desencanto.

    Querer do outro paixão desvairada
    Sussurros, esturros, gemidos enfim
    Nunca porém será garantia de nada.

    Pois é querer sobremesa de pudim
    Quando na mesa existe goiabada
    Mas tudo termina em pizza no fim.

    ResponderExcluir