Reminiscências
do meu lobo da floresta
Verde
Que me
levava para contemplar as estrelas
Cintilantes
A lua cheia
Comungar
seus raios poéticos
Uivar nas
orlas dos seus mares
Adormecidos
Suas marés
bravias
Sombrias
E domar na
madrugada bruxuleante
Com seus vaga-lumes
e
Mariposas
atordoadas
A fera que
rosnava dentro
De mim
Tempo que
meus olhos brilhavam
Como duas
lamparinas
Na
escuridão
Enxergando
seus mistérios
Suas
entranhas
E ela com
seus tímpanos silenciosos
Escutava
meus uivos
Laivos e
lamentos
Hoje contemplo
do meu apartamento
Transeuntes
nos seus cruzamentos
Apressados
Cruzando
avenidas
Que levam
suas vidas
Para lugar
algum
Fico ali da
janela
Alimentando
minhas retinas
De meteoros
Restos de
turbinas
Comendo
pedaços de lua
Nubladas
pelas chaminés
E vapores
das fábricas
E dos
suores dos operários
Que trocam
seus sangues
Por míseros
salários
Vislumbro
antenas de alumínios
Nos
telhados solitários
E aqueço
meu olhar nas telas
De um
computador
A
metafísica de Aristóteles
Não
conjectura sobre a solidão
Do lobo
Nem que o logos da minha ocidentalidade
Mergulharia
meu ser nas aporias
Desta
cidade
E tirou meu
animal
E seu faro
Da minha
ancestralidade.
Luiz Alfredo - poeta
Muito lindo!
ResponderExcluirE eu sei como é isso.
E lá está o lobo ...solitário?
Não ...chorando pra lua, muito presente em sua vida.
Beijos
Joelma