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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O Rio e o Tempo


Era o tempo de pura magia
As flores conversavam comigo
Como se fossemos amigos
Davam-me suas pétalas coloridas
De belas alucinações
E viajava nas sonatas dos zumbidos
Dos besouros
Nas cantigas das papoulas ao vento
Nas canções dos banzeiros
E temporais

Tempo – que tempos
Tempo em que a lua e as estrelas
Eram meus calendários
A nereida do igarapé esverdeado
Repleto de flores impressionistas
Dedilhava sua canção nas suas longas
Melenas
As orquídeas colibris e a borboleta
Azul
Ensinavam-me seus idiomas repletos
De vocábulos eternos

Era um tempo em que deixei de olhar
A linda menina dançar sua quadrilha
Para deslumbrar o céu azul
E os pássaros tecerem suas canções
Ensolaradas

Praticamente perdi meu primeiro
Amor
Mas ganhei meu primeiro verso
De Cordel
E ganhei os céus naquele papagaio
De papel

Pena que o rio e o tempo correm
E me levaram para as metafísicas
E metonímias do ocidente
Onde a Panair a coca & cola e
A Maria Fumaça
Mudaram meu horizonte...


                        Luiz Alfredo – poeta.


2 comentários:

  1. Meu querido Poeta

    O tempo corre veloz como o vento e por vezes ficamos apenas com esse mesmo tempo.
    Como sempre é um prazer imenso ler-te.


    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  2. o horizonte pode mudar, mas o rio e o tempo permanecem em você e na sua enorme capacidade de poetar.

    um beijo

    ;)

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