Na floresta
verde
Repleta de
lendas e
Canções
Um beija-flor
toma
Água adocicada
numa
Exótica orquídea
Uma formiga
metamorfoseia-se
Numa grande
árvore
Uma lagarta
dilata as pupilas
Para contemplar
a hiléia
Depois vira
uma borboleta
Azul
Um igarapé
esverdeado
Florido de
flores de sangue
Azul
Peixinhos
coloridos
E iaras
Mata a sede
da mata
Do antigo
jabuti
Do mata - mata
anta
Da nambu
que canta
Da folha
que encanta
Do camaleão
Acorda o
dia com o vermelho
Das araras
Algazarras de
cores
O guaraná
abre os olhos
Encantado
Suas lágrimas
alimentaram os músculos
Dos terçados
Que cortaram
os roçados
O cabo das enxadas
amoladas
Que arrancaram
as ucas
E plantaram
os grãos dourados
E um
pequeno olho d’ água
Começa a
bordar com seu pequeno
Fio transparente
Um oceano.
Luiz Alfredo - poeta
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