Seguidores

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pupilas de Guaraná




Na floresta verde
Repleta de lendas e
Canções
Um beija-flor toma
Água adocicada numa
Exótica orquídea

Uma formiga metamorfoseia-se
Numa grande árvore
Uma lagarta dilata as pupilas
Para contemplar a hiléia
Depois vira uma borboleta
Azul

Um igarapé esverdeado
Florido de flores de sangue
Azul
Peixinhos coloridos
E iaras

Mata a sede da mata
Do antigo jabuti
Do mata - mata anta
Da nambu que canta
Da folha que encanta
Do camaleão

Acorda o dia com o vermelho
Das araras
Algazarras de cores
O guaraná abre os olhos
Encantado
Suas lágrimas alimentaram os músculos
Dos terçados
Que cortaram os roçados
O cabo das enxadas amoladas
Que arrancaram as ucas
E plantaram os grãos dourados

E um pequeno olho d’ água
Começa a bordar com seu pequeno
Fio transparente
Um oceano.


       Luiz Alfredo - poeta




Nenhum comentário:

Postar um comentário