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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Livia


Um poema para Lívia  
                                      Im memorian: Lívia
                                    Epitáfio:
                                                   uma flor de infinita beleza
                                                   que durou brevemente

Jaz ali
O canto do bem-te-vi
Parou de cantar
A flor
Deixou as pétalas em devaneios
Atordoadas ao vento
Ao tempo
A primavera atordoada
O colibri não a osculou
Mas continuou bela
Fazendo as lágrimas rolarem
Nas nossas faces pálidas
Mãos trêmulas vacilarem
Nossa mente confusa
Que não entendem muito
De transcendência
Desta bela menina ali de cílios
Cerrados
Para o azul do céu
Coisas que acontecem
E nos desmontam
Como um enigmático
Drama
Um poema sem fim
Uma flor tão pequena
Num imenso jardim
Uma vida tão breve
Mais grandiosa intensa
Enfim
As estrelas te contaram
Historinhas
O luar será teu cobertor
A via láctea de amamentará
Os cometas continuaram riscando
As noites
Caindo no mar
Tua mãe te guardará na lembrança
Eu no meu olhar
Nos pobres versos do meu poemar
No seu ventre
No seu coração de amor
Mas o redentor te ressuscitará
Para que teus olhos possam contemplar
Sua glória
Como a vida pode ser
Apenas um pequeno momento
Um instante
Um batimento
Fugaz
Jaz
Mas que faz
Assaz
Uma cicatriz
E por um triz
Quis que tua vida
Uma flor de Liz
Sei nada balbuciar
Nós deixar abrupta
Mas escreveu um diário
Que nunca será olvidado
Por este pobre bardo
Por teus genitores
Nas orações
Nas dores do coração
De sua avó
Estás nos braços de Deus
E no reino de Jesus
Crianças sem pecado
Passam pelo buraco da agulha
Como uma luz
Entram nos reinos dos céus
Deixando em nos tua eterna
Lembrança
Sem nenhuma palavra
Disse muitas coisas pra mim


                  Luiz Alfredo - poeta










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