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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Tempestade


outonais
levadas pelo tempo
pelos ventos
pelas tempestades vendavais
ao acaso de Cristana César
a um Cacaso
poemas ao acaso
como ser um grande poeta
ter que atravessar um Vinicius
de Moraes
assaz um Drummond
jaz um Gullar
ao versos sertanejo
puro espinhos de mandacuru
geometricos realejos
madrilenhos de João Cabral
uma Florbela Alma da Conseição
uma canção de Gonçalves Dias
um Quitana que denuda
deixando nossa audição muda
um Lorca um Neruda
os versos oração de Pe. Vieira
os versos espraiados escrios com cantos
das gaivotas
levados pelas ondas do mar
do poeta Anchieta
não chegaria a uma metonímia
de um Francisco Carvalho
a um soneto de um Sinobilino
e seu lindo soneto cheio do verbo
amar
a esteira de um Bandeira
ao aroma de framboesa
de uma Cecilia Meireles
sou apenas um mísero poeta
sem vintém
sem pátria
sem um crisâtemo na lapela
apenas alguns vocábulos lusos
e um iorubá tupiniquim
mas sei declamar um Vicente
Leite
a um febril
ao doentil Álvares de Azevedo
ao apaixonado bardo Byron
a Noveli
ao irônico sático Gregório de Matos
ao naufrago malárico na beira
do madeira
Vespasiano Ramos
um Ferreira Gullar
os encantos concretos
dos irmãos Campos
aos cordeis que cativa
do menestrel cantador Patativa
a balbuciar um Withman
o atávico telúrico matogrossense
Manoel de Barros
ao poeta da praça do Ferreira
sem eira sem nome sem grana
Mário Gomes
insone que o tempo não consome
inesquecível que os poemas
não somem
comendo lagartas e poetizando
borboletas...
eu sou apenas o poeta de pobres
metáforas
poucos pronomes
que ama o luar
as borboletas metamorfoseadas
as papoulas osculadas pelas abelhas
pelos beija-flores
as flores multicores
ama a autoconsciência que dialetiza
esta existência
os poemas declamados violados
realejados de Dylan
Traduzione Italiana The World Of John Hammond 10 Settembre 1975 WTTW - TV Studios Chicago
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2 comentários:

  1. Um poeta de recursos

    Pois esse poeta de ventos outonais,
    o qual em versos telúricos se revela;
    colocando como tema seus tantos ais,
    é um vate de truz sem esta ou aquela.

    Luiz Alfredo, é grande poeta erudito,
    de versos sinceros e pensamento são;
    tudo que compôs ou tenha no blogue dito,
    é sua mais perfeita e terna opinião.

    Nunca será somente um mísero poeta,
    porquanto são pétreos seus fluidos poemas,
    mui certeiros e acúleos como vivas setas.

    Instigantes e transcendentais os seus temas
    coisa de versejador tão bom como atleta
    o qual vai fazendo com louvor seus esquemas.

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  2. Caro Poeta Luiz Alfredo, depois do soneto elucidativo enumerando vossas virtudes, resta-me pouco que não seja subscrever as palavras versadas do nosso também virtuoso poeta amigo Jair. Um abração daqui do sul do Brasil. Tenhas uma ótima semana.

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