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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

sonetos ao acordar


Nem bem amanhecia o dia
A cotovia assobia ainda na maresia
Os filamentos em passamentos
Meu coração dormia

Meu poema debaixo do abajur
Faltavam alguns versos
Eu não sabia o que dizia
Ouvia-se o canto da nambu

Meu olhar abúlico se abria
O luar ambarino desaparecia
Na cômoda um profundo haicu

Eu nem sabia nada do que lia
O céu começava a ficar azul
Entre as frestas da janela eu via


                            Luiz Alfredo - poeta





2 comentários:

  1. Eis que, por acaso, nem bem amanhecia,
    e os pássaros, meio sonolentos ainda;
    já começavam a maciça algaravia,
    comemorando aquela manhã bem vinda.

    Debaixo do abajur do poeta, um poema,
    entretanto havia alguns versos faltantes;
    porque, talvez tenha lhe fugido seu tema,
    não estava tão inspirado como antes.

    Com olhar abúlico enxerga pouco a frente,
    mas, sua obrigação era enfrentar o dia,
    assim, assombrado e talvez meio demente.

    Porém, nas pautas dos trinados nada lia,
    pois nenhuma nora então lhe parece assente,
    porque está desafinada a tal cotovia.

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  2. grande poeta
    grande soneto
    adoro sua poesia
    és um pássaro cantando

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