Não somente eu sentirei
Saudades
Mas as flores
As folhas soltas ao vento
Os besouros negros como os olhos
De jabuticaba dela
As aves da ribalta
Os moinhos e os cata-ventos
A flauta das árvores que doma os
ventos
As framboesas selvagens
As taxinhas perdidas na gaveta
Aquele rio do pantanal de nascente
Controvertidas
Poeta que descascava as metafísicas
E as metonímias
Como quem descasca um tucumã
Numa linda manhã violeta
Soneto-acróstico
ResponderExcluirO poeta pantaneiro
Maior poeta do chamado pantanal
Arranjos para assobio, uma obra
Não mentiu só disse verdade banal
Ouviu na natureza aves e cobras.
Ele foi das águas um guardador
Lidou com cantigas de passarinho
Deixou legado único, um primor
Então se foi, tomou outro caminho.
Basta um Manoel Barros somente
Assim todo lirismo completo fica
Resta-nos tê-lo em nós presente.
Rio de palavras que nunca critica
Onde lemos o que Barros sente
Sintamos poetar que ele pratica.