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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Lunático


Eu sou o verme que passeia
Na lua cheia
Que se banha nas marés
O verso do poema que some
Antes que você o leia

Eu sou o lobo da estepe
Que vagueia silenciosamente
Nas madrugadas de lua
Não uiva
Nem boceja versos
Para não acordar o homem
Que mora em mim

Se ele acordar vai querer
Refletir a metafísica de Aristóteles
E a substancia de Spinoza

É melhor o caminhar no silencio
De suas patas
Sem tocar nas latas ocidentais
O farejar indistinto
O cio
O instinto
E o uivar abstrato

Que meu homo sapiens acordado
Com sua xícara de chá fumegante
Suas drágeas brancas
E seus silogismos absolutos



Um comentário:

  1. Lucidez

    O poeta como verme que passeia
    No vai-e-vem das marés se banha
    E sempre nas noites de lua cheia
    Faz o verso do poema com manha.

    Como lobo da estepe ele vagueia
    Na madrugada solitário então boceja
    E prá acordar injeta verso na veia
    Torcendo que sempre assim seja.

    Reflete Aristóteles quando acorda
    Deglute, bebe e vomita Spinoza
    E sua metafísica então transborda.

    Não lhe importa o espinho da rosa
    Tampouco um versejar calhorda
    O intento é sonhar em verso e prosa.

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