Vi meu
corpo bordado
Num espelho
Delineado pelo
tempo
Rasgado pelas
folhas
Do calendário
As marcas
das quedas
Cirurgias
Cicatrizes da
longa vida
Feridas que
nunca sararam
Rugas que não
suportaram
O tempo
Retinas cansadas
Que refletiam
a imagem
Um pouco
turvada
Lábios secos
que aprendeu
A engolir
as injustiças
Da vida
E agora
sabe conjugar
A pretérita
existência
Sem errar
as terminações
Cantar algumas
canções
E recitar
alguns versos
A balbuciar
orações
Porque agora
é hora
De se olhar
no espelho
E reconhecer
o quê o tempo
Escreveu na
pele
E na
nervura
A alma é incólume
ao espelho
E ao tempo
Tem uma arrogância
intolerável
De se
pensar eterna
E com isto
escapa da sua ótica
E acha até
que o espelho
É uma ilusão.
Luiz Alfredo - poeta
Muito bom, poeta. Mais um poema com estilo inconfundível e o talento de sempre.
ResponderExcluirUm abração daqui do sul do Brasil. Desejo-te um grande e maravilhoso 2014.
E é da alma que as palavras brotam. Gostei.
ResponderExcluircvb