Minhas
lágrimas
São as
lembranças dos invernos
Gélidos
Escuros
Sombrios
São as
chuvas que molharam
Os zincos
dos meus telhados
As pétalas
das minhas rosas
O umbral do
meu guarda-chuva
Meu coração
amargurado
São as
gotas tristes
Que guardei
Dentro da
minha retina
Agnóstica
Agora
escorrem
Pelos
cantos dos meus olhos
Molhando
minhas pálpebras
E pestanas
Algumas eu
recolho
No meu
lenço esgarçado
Encarnado
Desgastado
E eu as
guardo
No meu
bolso
Outras se
perdem
Com meu
barquinho de papel
Nos esgotos
ocidentais
Assais
E não
voltam nunca mais
Luiz Alfredo - poeta
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