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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pássaro Azul


Pássaro que sustenta o céu azul
Nas suas asas
Que risca os hemisférios
Com seu bico pontiagudo agudo
Pontudo
Amolado nas tempestades
E nas frestas do olhar
Da eternidade

Que faz seu ninho
Com fragmentos dos meteoros
E as estações
Com as canções que ele deixar
Cair
Atravessando o oceano
De ondas bravias

Mas deixa as rotas
Para que as andorinhas façam
Seu verão
A cotovia sua canção de amanhecer
E os corvos comam seus milhos
Antes dos espantalhos abrirem
Seus olhos
E os latifundiários fazerem
Suas colheitas

Este pássaro que semeia as nuvens
Brancas
Que foram roubadas pelos coronéis
Para molhar os cactos do sertão
E encher os rios secos
Mortos de sede
Ele é o acorde da viola sertaneja
As rimas dos versos de cordel
O baixo canoro de um acordeão
Puxando o fole de um baião...



                        Luiz Alfredo - poeta



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