Vasta
floresta aquática
Desfalecida
Flutuando
na morte apodrecida
Belas
árvores afogadas
Sem vida
Ainda que o
crepúsculo
Com sua
retina alaranjada
Bruxuleante
Passeie nas
suas alamedas
Sombrias
Todas as
tardes cálidas
Molhando de
luz suas faces
Pálidas
Sem
clorofila
Sem flores
floridas
Molhando
suas sombras
Sem almas
Cemitério
de árvores
Mortas
Extensas
ruínas
Calma e
silenciosa
Chega à
noite
Apagando
esta floresta
Adormecida
Deixando o
que já morreu
Em profunda
E silente
escuridão
Apenas as
estrelas cintilam
Na pele
trêmula da água
Escuridão
que por ironia
Ilumina de
neon
As grandes
avenidas
Acendendo
os intestinos
Das
lâmpadas
Desta era
desmedida
Girando a
roldana dentada
Do medidor
Cada volt
um valor
Que nunca
pagará a morte
Dos rios
Nem das
árvores
E suas
orquídeas mortas
E o bico
silente do sabiá
E as cores
pasteladas
Do poente.
Luiz Alfredo – poeta
muito lindo, poeta bjuuu
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