Seguidores

domingo, 4 de agosto de 2013

Árvores Apagadas







Vasta floresta aquática
Desfalecida
Flutuando na morte apodrecida
Belas árvores afogadas
Sem vida

Ainda que o crepúsculo
Com sua retina alaranjada
Bruxuleante
Passeie nas suas alamedas
Sombrias
Todas as tardes cálidas
Molhando de luz suas faces
Pálidas
Sem clorofila
Sem flores floridas
Molhando suas sombras
Sem almas

Cemitério de árvores
Mortas
Extensas ruínas

Calma e silenciosa
Chega à noite
Apagando esta floresta
Adormecida
Deixando o que já morreu
Em profunda
E silente escuridão
Apenas as estrelas cintilam
Na pele trêmula da água

Escuridão que por ironia
Ilumina de neon
As grandes avenidas

Acendendo os intestinos
Das lâmpadas
Desta era desmedida
Girando a roldana dentada
Do medidor
Cada volt um valor
Que nunca pagará a morte
Dos rios
Nem das árvores
E suas orquídeas mortas
E o bico silente do sabiá
E as cores pasteladas
Do poente.


               Luiz Alfredo – poeta










Um comentário: