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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Uma Tarde de Blues


Era só um blues
Que saia do radinho de pilha
Pela janela de cortinas floridas
Mais enchia aquela tarde crepuscular
De acordes
E versos amargurados
Letalmente lindos
Por entre  os decotes
Dela
Quebrando as aldravas das cancelas
As babeis dos quintais

A noite chegava
Com seus vaga-lumes meio-escuros
Meio lumes
E o luar perplexo
Não sabia o que dizer
A noite agora era um blues
Estrelado
Varando madrugada
Adentro
Deixando os corações
Uma pilha de nervos alumbrados
Emblueserados

As pilhas daquele radinho
Pareciam que tinham sido carregadas
Pela eternidade
E aqueles blues cantados
Por uma sinfônica
Mas era apenas um negro homem
De dedos longos
Lá do médio Mississipi
Com seu machucado violão
E sua gaita amassada
Com sua blusa desabotoada
E seu coração bluesado





Um comentário:

  1. Acróstico
    À alma

    Balanço como que saído de baús
    Limpidez de som belo, alumbrado
    Um luar escuro e vaga-lumes nus
    E um verso tristonho e margurado
    Sintonizado nas nuances do blues.

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