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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Teus olhos fugazes

Querer a luz dos teus olhos
Pra mim
É como quere os raios do sol
Deste lindo dia
Acariciar suas sombras
Beber os ventos que balouçam
As folhas das palmeiras
Adoçam seus frutos
Adornam suas flores
E querer os gorjeios dos pássaros
Os versos dos poetas exilados
O murmúrio dos córregos
O lindo luar que banha o sertão

Querer teu intrépido coração
Pra mim
É querer estas ondas deste mar
Bravio
Que vem tocar suavemente
As brancas areias desta linda praia
Depois volta a ser uma crista revolta
Querer teu eterno amor
Teus lábios de mel
E como querer a efemeridade da flor
A eternidade azul do céu
A crisálida não dura para sempre
Chega à hora que cria asas
Vira borboleta e vai embora

Eu sei disso meu amor
A tempestade tem me ensinado
O devir do rio da minha aldeia
A metamorfose da lagarta
A dialética do dias e das noites
Não podemos ser dono de nada
Por que tudo passa
Tudo é volátil demais
Fugaz
Tem a sua hora
Agora há
Logo depois jaz
Mas tem o momento
Que nos causa este sentimento
De eternidade
Em que podemos tomar um chá
Escutar um jazz
E aprisionar por uns instantes
A eternidade.



Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    Eternidade?

    E como querer a efemeridade da flor
    Sei que teus olhos fugazes são tudo
    Tento não beber esse tal cálice da dor
    Eternizando o meu vir a ser, contudo.

    Sei perfeitamente disso, meu amor
    Tens na luz dos olhos todo conteúdo
    E eu me perco neles, seja como for
    Ultraja-me querer-te, e não me iludo.

    Sob a dialética da crsálida provisória
    O devir como deve ser, apenas sonho
    Longe da realidade, somente história.

    Hoje entretanto a seus pés me ponho
    Ontem acabou o sentimento de glória
    Só restou este ser humilhado, bisonho.

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