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sábado, 16 de maio de 2015

Versos Desmedidos




Não sabia que as noites demoravam
Tanto
Quando a alma sofria de paixão
Quando o coração pulsava no tempo
Da solidão
Até os sonetos
E os fados na vitrola não tinham fim

Nem o luar ia embora
Parecia com pena de você
E as estrelas nestas noites insanas
Tornam-se poetisas parnasianas
Debruçando nas janelas
Reluzindo nas marquises
Tresloucados versos de amor
Até mesmo no amanhecer
Quando o sol apaga as estrelas
E silencia os seus poemar
Ainda ficam balbuciando pedaços
de versos apaixonados

Mas o dia não fica atrás
Traz as flores que dela lembram
Os ensolarados girassóis
Os encantados rouxinóis
E no vão do quarto os poemas
Inacabados
Espalhados entre os lençóis
Jogados pelo chão
Poemas de antigos bardos
E o rouco violão
Morto de sono





2 comentários:

  1. Soneto-acróstico
    Noite quase vazia

    Viver pode parecer difícil um quanto
    Enquanto a alma sofre uma paixão
    Resta que as noites demoram tanto
    Silenciosas e insanas contudo são.

    Os rouxinóis amanhecem seu canto
    Debruçado na janela espero em vão
    Entoando mesmo imaginário canto
    Sobeja o sentimento jogado no chão.

    Mas qualquer dia não fica para trás
    Em vão do quarto versos inacabados
    Diz que as estrelas não brilham mais.

    Indiferentes a girassóis ensolarados
    De nada adianta meus gemidos e ais
    Ou meus versos surdos, balbuciados.

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  2. Olá, Luiz.
    Maravilhoso! Às vezes, a noite tem pena dos poetas, e se demora.

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