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terça-feira, 5 de maio de 2015

Você pode apagar minha lanterna





Não
Não digas nada não
Aos meus ouvidos
Teus versos já disseram
Quase tudo ao meu coração

Não encostes tanto perto
De mim
Teu perfume pode enlouquecer
Meu beija-flor
Pode furtar a cor dos meus olhos
O que sobrou do meu arco-íris
A metáfora da caixa do meu lápis
De cor
Podem morrer incolor
Pode não reconhecer a aurora
Do amanhecer

Não
Não fale do seu pássaro
O meu que se encontra aprisionado
Pode pensar que é amor
E com seu giz de cera
Tentar desenhar suas asas
E voar na amplidão do teu olhar
E se perder para sempre
Ele não sabe caminhar de mãos
Dadas
Nem dividir a barra de chocolate
E o teu sorvete de morango
Pode congelar meu coração

Por favor
Não me olhe assim com este teu olhar
Tuas belas pupilas podem apagar
Minha lanterna
Meu sol meu luar
E me deixar na escuridão




Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    À lanterna

    A metáfora da caixa de lápis de cor
    Pode a cor dos meus olhos gatunar
    A meus ouvidos nada me faz supor
    Grande amplidão daquele teu olhar.

    As tuas pupilas podem até apagar
    Resta-me este sorvete de morango
    Ledo engano crer que existe lugar
    Aonde podemos dançar um tango.

    Não apague minha lanterna então
    Tenha em mente que éramos dois
    E cada momento nunca foi em vão.

    Resta-me reconhecer a aurora pois
    Nela todos os nossos sonhos estão
    Assuma que a minha lanterna sois.

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