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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Poema Transmigado



Como artistas nós procuramos nos diversificar
Artisticamente
Tentamos ser locutor
Jornalistas
Até pintor
Aprendemos a tocar um instrumento
Ou mais
Até assobiar
Mas no meu caso minha arte
São estas meras poesias
Elas são o meu viver
Mesmo ultrapassadas
Ou em vão
É a poeta (sia) que dá esperança
A palavra
A eleva além dos próprios
Signos e sintagmas
Mergulha na mais profunda
Metafísica
Extrai dela suas metonímias
E máscaras
Às vezes a deixa
Em crua e nua

Elas são o meu barro
E o meu céu
São elas que fotografam
As borboletas
Em pleno cio
Na dialética metamorfose da lagarta
São minhas doces meras
Poesias
Assinada por um pobre poeta
Tão pobre
Que não pode pagar o valor
Da palavra
O mineral nobre
É lava do meu vulcão
Às vezes
Deixa marcas cicatrizes feridas
Feitas com as pontas dos meus versos
Eu estou escrevendo pro meu amigo
De Capela
Estes versos que tirei da lapela
Da lírica algibeira
Eu sou da beira do rio
Um pássaro triste refletindo
Os amores conturbados deste mundo
Eu sou o bardo
Do bando dos anarquistas marginais
Intergaláctico
Estrelar
Lunático
Que fica bordando a noite
Com vaga-lumes
Um lume inesperado

Um verso inacabado

2 comentários:

  1. Tua poesia vem da alma, e por isso, jamais morrerá.

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  2. Ao poeta

    O poeta ouve rumoroso murmúrio
    E lhe ocorre que pode ser augúrio
    Porque vozes confusas parecem
    Como se do além túmulo viessem

    Pois é ruído totalmente estranho
    Antevendo atrevimento tamanho
    Crescente e atingindo seu ouvido
    Num tom bem alto, desconhecido

    De pronto o mistério se esclarece
    Pedidos de misericórdia e perdão
    Que sobem aos céus como prece

    Implorando humilde sua redenção
    Portanto seu coração se aquece
    E o poeta lhes concede sua unção.

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