Descalço
alço voos nesta praia
Deserta
Aqui estou
eu e somente eu
E estas
gaivotas
Estes
moluscos bivalves
Estrelas-do–mar
balouçando
Nestas
ondas azuis
Abro as
asas
Não posso
voar
Não sou
nenhum albatroz
Sou apenas
metafísica
Um Estagira
numa casca de noz
Ajuntando
conchinhas sem episteme
Alguma
Sem nenhuma
taxonomia
Eu vou me
desfazendo nesta
Maresia
Nesta
procela
Escutando
os cantos das nereidas
Das naus
naufragadas
Dos marujos
apaixonados tatuados
Afogados
Divago nos
dorsos dos hipocampos
Passeio nos
campos de algas
Eu sei que
esta natureza
Este oceano
Esta
consciência de si
Está me
absorvendo para si
E que um
dia
Serei como
um grão de areia
Vagando por
esta eternidade
E estarei
no ventre
E na
consciência de si
Serei a
solidão destas praias
As palmeiras
floridas de sabiás
Serei a
canoa e o arpão
Do pescador
Esperando a
aurora para ir pescar
Soneto-acróstico
ResponderExcluirÀ eternidade
Escutando então das nereidas o canto
Tens passeio pelos campos de algas
Estás descalço nessa praia um tanto
Regalado enquanto os céus cavalgas.
Não és sequer algum pássaro albatroz
Indiferente cruzando pelo firmamento
De marujos descalços assim sem voz
Ajuntas frágeis conchinhas ao relento.
Divagas no dorso de cavalos marinhos
E serás grão de areia, estás convencido
É como vai seguindo pelos caminhos.
As palmas floridas de sabiás terão ido
Logo tu percebes que estás sozinho
Imaginado que talvez sonho terá sido.