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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Conhaque Ressentido


Sem você a lua não mudará
Seu ciclo
Suas marés
Suas fases
Sua face obscura

Sem você o sol não mudará
Seu périplo
Nem deixará extinguir
Seus vulcões
Nem de cuidar do jardim
Dos seus planetas
E luas
Nem dos séqüitos girassóis

Mas eu mudei meus caminhos
Meu destino
A estrofe dos meus poemas
Aprendi a acender as cigarras nas tardes
Quentes
E a misturar minhas lágrimas
Ao conhaque
Riscar guardanapos com minha pena

A desabotoar a camisa
A afrouxar a gravata
E a balbuciar alguns acordes
No realejo
E aquele poema da poeta
Lá das bandas do Tejo
Não sai do meu coração
E dos meus trêmulos lábios

Sem você aprendi a ser
Mais atormentado
A ser um bardo de poemas
Mórbidos
E a não deixar a madrugada

Pegar no sono...

Um comentário:

  1. Soneto-acróstico

    Com você o sol mudará até de cor
    Onde houver vulcões mudará tudo
    Nem extinguirá seu jardim onde for
    Haverá miríades girassóis contudo.

    As estrofes desses meus poemas
    Que nada representam para mim
    Uma vez muito fracas e pequenas
    Encontrarão guardanapos enfim.

    Basta dessas lágrimas misturadas
    Em que parece nos darmos bem
    Bom para quando se espera nada.

    Inda que acenda cigarras também
    Doutro lado do Tejo, outra parada
    O realejo balbuciando pra ninguém.

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