Seguidores

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal



Natal
Não é apenas uma semente
De tâmara
Que tem gosto de deserto
Histórias de mil e uma noite
Um luar abrasador

Mas é o nascimento de um poeta
Que versificava sobre o amor
E o reino de Deus
Colocando dentro de uma semente
De mostarda
Parábolas profundas eternas

Vestia os trigais separando-o
Do joio
Os lírios dos mais garbosos
Fatos
Aromas
E pêndulos ditosos
Que nem o poeta de provérbios
Se vestira como eles
Nem uma rainha com seus bordados
Véus sedosos

Coroou-se de espinhos sanguinolentos
Para trazer-me vida
Para que eu ame o outro
E tenha no meu coração
A mansidão
E compreenda a autoconsciência
Eu um grão tão pequeno
Nesta imensidão
A vagar com minhas metafísicas
Do ser e do não ser
E pobres poesias procurando
Dizer
Coisas que eu nem consigo
Compreender



2 comentários:

  1. Christmas

    O ano inteiro, de janeiro a novembro
    Move-se o mundo em rítmico normal
    E das festas finais sequer me lembro
    Só que chega dezembro vem o natal.

    Dia que toda a família, cada membro
    Obedece aquela redenção comercial
    E como que não havendo o setembro
    Sai da conformidade a dar com o pau.

    Tudo vira presente, tudo vira messe
    Risos, comemorações e falsa alegria
    E como dívida em janeiro não tivesse.

    Só que enquanto quase toda gente ria
    Sob essa falsidade instala-se estresse
    Então vale a pena gastar essa energia?

    ResponderExcluir
  2. Sobre o Natal, o poema mais bonito que li! Abraço!!

    ResponderExcluir