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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Despeta-lo-ei



Despetalei um bem me quer
Roleta russa sem bala
Pra saber se ela me quer
Desesperada cabala

Num crepúsculo rosicler
Pela cortina resvala
Numa pétala qualquer
Amolada navalha

Que uma pétala sequer
Diga que vou sempre amá-la
Para o que der e vier

A última que sacá-la
Venha me esclarecer
Que com ela arrumo a mala


2 comentários:

  1. Luiz, parabéns pelo belo soneto!

    Ao soneto

    Há certa imposição no corpo do soneto
    Algo que fascina, cativa e desafia
    Porque essa modalidade de poesia
    Aposta na linha na forma de folheto.

    As primeiras estrofes, rígidos quartetos
    Parte forma integrante dessa anatomia
    Não importa se de tristeza ou de alegria
    Vão fechando com conjuminantes tercetos.

    E dentro do notável conjunto final
    Sem que lhe reste uma dúvida terminal
    O tema deve ser claramente esgotado.

    Porque o soneto é a estória bem contada
    Porém sem nenhuma rebarba, sem mais nada
    É onde o sonetista encontra-se amarrado.

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  2. Faz tempo que não te leio e, relendo esse poema, a mesma sensação de estar tão perto da poesia quanto antes.Você, um poeta á ser sempre reverenciado.

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