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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Versos Outonais

Escrevi meus poemas nas folhas
De outono
Perdi o sono
Perdi a noite
Mas ganhei dialogo com as estrelas
E com o luar
Singrei o mar
Bebi suas ondas 
Respirei sua maresia
E escutei versos ancestrais
Dos teus temporais ultra-românticos
Dos teus vendavais nos corações
Apaixonados
Escrevi outros
Num barquinho de papel
Depois o coloquei naquele córrego
Ocidental
Tem tempos que nosso coração
Torna-se vazio
E nossa boca não pode dizer
Mais nada
Nossos poemas perdem-se entre 
As folhas secas ao vento
O poeta deve saber que escrevemos
Versos para os espantalhos do campo
Depois para os cata-ventos
Afinal quem melhor entende nossos versos
Quê os cata-ventos
Ela nem sabe tantos dos meus versos
Principalmente o quê escrevo sobre a pele
Do rio
Deixe os poemas que eles sabem desenrolasse
Sabe dizer-se nos muros
Nos guardanapos
Nos papéis de embrulhos
São meus poemas sombrios
Escaparam das garrafas 
Do meu naufrago
Do roteiro do meu albatroz
Do meu navio
Vou pregar com os gritos
Destes corvos
Na noite de um belo luar

2 comentários:

  1. Soneto-acróstico

    Versos onde dialogam ditos vazios
    Em que nas ondas ponho meus ais
    Revelando-se correntes como rios
    Singram estações, versos outonais.

    O poeta não fala, escreve seus pios
    Sem sequer relembrar deles jamais
    Opacos, brilhantes ou até sombrios
    Uns cheios de vida, outros mortais.

    Talvez o que escrevo, saiba o vate
    Ou ele somente respire sua maresia
    Nada que o conduza a um arremate.

    Assim vou dizendo o que ele dizia
    Insistindo que é disso que se trate
    São os poemas sombrios de alforria.

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  2. Meu caro poeta Luiz Alfredo, teus versos estão cada vez melhores. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um ótimo domingo.

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