Seguidores

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Amoras Derretidas


Um sorvete de amora derrete
Na minha mão
Esfria minha aliança
O sol ardente
O canto da cigarra
O morno verão
Transtorna o encarnado gelado
Que escorre entre meus dedos
Congela o céu da minha boca
Esfria meu coração
Depois fica a casquinha
Vazia
E a cereja de sabor artificial
E as interrogações da vida
Um gole de água
E as antigas mágoas
E o termômetro morto
De calor


2 comentários:

  1. Acróstico

    As interrogações da vida, as vezes
    Morrem, derretem na palma da mão
    O morno canto da cigarras cortezes
    Resvala no sorvete que está no chão.

    Ah meu caro, amora derretida esfria
    Sorvete, até o céu da boca congela
    Deixe estar, coma a casquinha vazia
    E aproveite o sabor que existe nela.

    Respire os ares desse verão morno
    Retire portanto o que mais lhe apraz
    E lembre de ir reto, não faça contorno.
    Talvez seja bom não olhar para atrás.

    Idas e vindas tem o amor e o verão
    Decida se queres reviver as mágoas
    Ao menos saiba: aflitivas lhes serão
    Seria melhor nadar em outras águas.

    ResponderExcluir
  2. E a gente lava o doce das mãos, que vai embora na água...
    Maravilhoso!

    ResponderExcluir